terça-feira, 8 de junho de 2010

O ÊXODO RURAL

A zona rural do país herdou a estrutura agrária da época da colonização; as elites detêm grandes extensões de terra e os colonos são levados a ocupar terras de baixa produtividade, sem infra-estrutura, sem possibilidades reais de renda com um conseqüente agravamento de seu empobrecimento. Essa distribuição injusta de terra reduziu os 6 milhões de camponeses em 1938 para 11,6 milhões em 1996. Nesse mesmo período, a população economicamente ativa do setor agropecuário aumentou de 1,9 milhões para 2,7 milhões. Os trabalhadores autônomos de setor agrícola passaram de 700 mil, e 1964, e 800 mil em 1993.
O camponês da Colômbia tem contra si além do latifúndio, a guerra civil e o capital internacional que necessita da terra e não necessariamente de toda a mão de obra camponesa disponível; dessa forma a manutenção da guerra é importante para afastar o camponês de suas terras.
A fuga de famílias inteiras do campo para a cidade acontece em função dos históricos problemas agrários do país, do progressivo aumento das áreas de cultivos ilícitos e principalmente da presença de grupos armados em luta nos país.
Segundo a ONU os motivos que levam às pessoas a abandonarem tudo o que possuem na Colômbia são: ameaças em 34% dos casos, medo em 18%, assassinatos de parentes e amigos em 14%, enfrentamento armados constantes em 10% e massacres em 9% sendo que este último fato é o que tem mais crescido em representatividade.
A população expulsa do campo dirige-se para as cidades procurando inserir-se no mercado de trabalho, fugindo da pobreza e dos conflitos armados do país.
Mais de 3 milhões e 600 mil colombianos foram vítimas do deslocamento forçado por causa da violência. O número de pessoas que são obrigadas a deixar o campo e teve um crescimento que atingiu o seu ápice em 2002 final do governo de Andrés Pastrana com um seguido movimento de queda, como se pode ver no gráfico abaixo:



Segundo essa mesma fonte 30% desse total tem sido deslocada durante os últimos anos três anos e meio. Desse total quase metade têm menos de 18 anos, 46, % são menores de 15 anos. A Unicef e a Codhes estimam que entre os anos de 1985 e 2002 cerca de um milhão e 750 mil meninos e meninas tiveram que fugir de seus locais de origem. No ano de 2005, foram deslocadas, no total, 310mil pessoas no país, comprometendo 750 municípios como agentes de expulsão e 950 como receptadores da população expulsa, conforme informações fornecidas pela Rede e Solidariedade Social 90% dos expulsos são de origem rural ou semi-rural e um terço tinha ou tem terras no seu local de origem; 50% vem se instalar nos cinturões de miséria das grandes cidades; 9,2% correspondem a comunidades afro-colombianas, e 3,4% a comunidades indígenas

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