A Colômbia apresenta um caráter paradoxal tanto em seu histórico político como também como social. A estrutura social ainda apresenta traços do periodo colonial em que as autoridades espanholas estabeleceram um sistema social altamente estratificado, que permitia às pessoas com ascendência espanhola nascidas na Espanha e na colônia tivessem controles sobres as principais instituições, mestiços, mulatos, e negros permaneciam à margem da sociedade e os índios estavam praticamente fora dela.Essa estruturação social deixou seqüelas visíveis na sociedade colombiana atual
A disputa por terras no país confunde-se com o seu processo de colonização, e torna-se mais contundente nos início do século XX com registros da organização camponesa associada às lutas indígenas e dos povos afro-colombianos. Em 1926 foi promulgada Lei número 74 que reconheceu a função social da propriedade e autorizou o estado a expropriar latifúndios improdutivos.
Um período de conflitos de interesses entre camponeses e latifundiários foi acompanhado por leis que desagradavam a um dos grupos envolvidos, como a Lei número 100 que retardou a Lei número 200 que legitimava a reforma agrária no país.
A regulação por intermédio legal das propriedades permitiu que os camponeses tivessem maior representatividade e fortalecimento político, principalmente através da sua primeira organização nacional; a Federação Camponesa e Indígena fundada em outubro de 1547 na Confederação Camponesa e Indígena.
A Confederação Camponesa e Indígena foi vítima da violência presente no país. A maioria de seus dirigentes foi morta e a organização liquidada. Milhões de camponeses foram expulsos do campo e as suas terras deram espaço para plantações voltadas para o mercado externo. O ideal de reforma agrária foi sepultado definitivamente em 1962 com um pacto entre os partidos tradicionais e as associações de proprietários.
O controle das terras nas mãos de poucos, bem como o controle dos recursos tem estreita relação com os conflitos e as desigualdades sociais presentes no país.
A desigualdade na distribuição de renda é uma das causas da instabilidade que caracteriza a sociedade colombiana, país agro-exportador subordinado à perversa relação de preços internacionais: baixos para os produtos agrícolas e altos para os produtos industriais A Colômbia integra um grupo de países que em um contexto histórico-econômico denomina-se América Latina, inseridos no processo produtivo mundial com produtores primários, voltados aos interesses internacionais. Como nação independente o crescimento econômico colombiano continuou condicionado à aplicação de medidas que procuravam satisfazer às nações dominantes e à classe detentora do poder no país..
O processo de industrialização colombiano também se deu conforme os interesses de paises desenvolvidos, embora o café perdure como um dos maiores responsáveis pela pauta de exportações do país. As atividades econômicas desenvolvidas no país geram degradação de seus inúmeros recursos naturais afetando sensivelmente a biodiversidade em seus elementos da flora e fauna
O mesmo também ocorreu nos aspectos sócio-ambientais, pois as populações tradicionais e os descendentes de escravos africanos, presentes no país devido à monocultura do café, que utilizou a mão- de –obra escrava, também sofreram reveses que as induziram a um processo de perda da identidade, aliada a uma fuga em direção aos centros urbanos. A riqueza se concentra em cidades com bolos de pobreza alimentados por ondas sucessivas de migrantes rurais.
O século XX caracterizou-se como um período de maior transferência de populações das áreas rurais para as áreas urbanas. . A partir da década de 1970, o país passou a conviver com um extraordinário aumento na produção e exportação de entorpecentes. A formação de poderosas máfias da droga contribuiu para complicar a situação do país.
A Colômbia apresenta-se como palco de uma guerra interna que avança das áreas rurais para as áreas urbanas. Como conseqüência imediata desse conflito esse país concentra um grande contingente de refugiados urbanos.
Segundo O fenômeno da urbanização é, hoje, avassalador nos países do Terceiro Mundo. A população urbana dos países desenvolvidos (tomadas apenas às cidades com mais de vinte cinco mil habitantes) é multiplicada por 2,5 entre 1920 e 1980, enquanto nos países subdesenvolvidos o multiplicador se aproxima do 6.
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