terça-feira, 8 de junho de 2010

HISTÓRICO DO PAÍS

A Colômbia apresenta um caráter paradoxal tanto em seu histórico político como também como social. A estrutura social ainda apresenta traços do periodo colonial em que as autoridades espanholas estabeleceram um sistema social altamente estratificado, que permitia às pessoas com ascendência espanhola nascidas na Espanha e na colônia tivessem controles sobres as principais instituições, mestiços, mulatos, e negros permaneciam à margem da sociedade e os índios estavam praticamente fora dela.Essa estruturação social deixou seqüelas visíveis na sociedade colombiana atual

A violência na Colômbia tem um componente social-histórico que ao longo do tempo se observa que cada movimento de violência tem suas origens nas cinzas do movimento anterior. Por exemplo, durante os anos de 1899 a 1902 temos na Colômbia um período conhecido como a “Guerra dos 1000 dias” onde mais de 200.000 pessoas perderam a vida. Pouco depois entre os anos de 1948 a 1950 temos o período conhecido como “La Violência” onde mais de 300.000 pessoas perderam a vida numa guerra entre os partidos políticos Liberal e Conservador. Muitas das pessoas que lutavam durante o período de “La Violência” foram pessoas que também haviam lutado na guerra dos 1000 dias. Este período chamado de “La Violência” foi responsável pelo nascimento das Forças Armadas Revolucionarias de Colômbia – Farc. Manuel Marulanda, até então um pacato situante no estado de Luíndio, viu a vila onde ele vivia ser massacrada pelos conservadores. Então ele resolveu se armar para defender os liberais. Pouco tempo depois ele seria influenciado pelas idéias maoístas e acabaria por criar as Farc. Da mesma forma que os movimentos guerrilheiros nasceram como uma reação ao governo instituído, também verificamos que as auto defesas de Colômbia – AUC nasceram como uma reação à fraqueza do governo em combater a guerrilha.

A disputa por terras no país confunde-se com o seu processo de colonização, e torna-se mais contundente nos início do século XX com registros da organização camponesa associada às lutas indígenas e dos povos afro-colombianos. Em 1926 foi promulgada Lei número 74 que reconheceu a função social da propriedade e autorizou o estado a expropriar latifúndios improdutivos.

Um período de conflitos de interesses entre camponeses e latifundiários foi acompanhado por leis que desagradavam a um dos grupos envolvidos, como a Lei número 100 que retardou a Lei número 200 que legitimava a reforma agrária no país.

A regulação por intermédio legal das propriedades permitiu que os camponeses tivessem maior representatividade e fortalecimento político, principalmente através da sua primeira organização nacional; a Federação Camponesa e Indígena fundada em outubro de 1547 na Confederação Camponesa e Indígena.

A Confederação Camponesa e Indígena foi vítima da violência presente no país. A maioria de seus dirigentes foi morta e a organização liquidada. Milhões de camponeses foram expulsos do campo e as suas terras deram espaço para plantações voltadas para o mercado externo. O ideal de reforma agrária foi sepultado definitivamente em 1962 com um pacto entre os partidos tradicionais e as associações de proprietários.

O controle das terras nas mãos de poucos, bem como o controle dos recursos tem estreita relação com os conflitos e as desigualdades sociais presentes no país.

A desigualdade na distribuição de renda é uma das causas da instabilidade que caracteriza a sociedade colombiana, país agro-exportador subordinado à perversa relação de preços internacionais: baixos para os produtos agrícolas e altos para os produtos industriais A Colômbia integra um grupo de países que em um contexto histórico-econômico denomina-se América Latina, inseridos no processo produtivo mundial com produtores primários, voltados aos interesses internacionais. Como nação independente o crescimento econômico colombiano continuou condicionado à aplicação de medidas que procuravam satisfazer às nações dominantes e à classe detentora do poder no país..

O processo de industrialização colombiano também se deu conforme os interesses de paises desenvolvidos, embora o café perdure como um dos maiores responsáveis pela pauta de exportações do país. As atividades econômicas desenvolvidas no país geram degradação de seus inúmeros recursos naturais afetando sensivelmente a biodiversidade em seus elementos da flora e fauna

O mesmo também ocorreu nos aspectos sócio-ambientais, pois as populações tradicionais e os descendentes de escravos africanos, presentes no país devido à monocultura do café, que utilizou a mão- de –obra escrava, também sofreram reveses que as induziram a um processo de perda da identidade, aliada a uma fuga em direção aos centros urbanos. A riqueza se concentra em cidades com bolos de pobreza alimentados por ondas sucessivas de migrantes rurais.

O século XX caracterizou-se como um período de maior transferência de populações das áreas rurais para as áreas urbanas. . A partir da década de 1970, o país passou a conviver com um extraordinário aumento na produção e exportação de entorpecentes. A formação de poderosas máfias da droga contribuiu para complicar a situação do país.

A Colômbia apresenta-se como palco de uma guerra interna que avança das áreas rurais para as áreas urbanas. Como conseqüência imediata desse conflito esse país concentra um grande contingente de refugiados urbanos.

Segundo O fenômeno da urbanização é, hoje, avassalador nos países do Terceiro Mundo. A população urbana dos países desenvolvidos (tomadas apenas às cidades com mais de vinte cinco mil habitantes) é multiplicada por 2,5 entre 1920 e 1980, enquanto nos países subdesenvolvidos o multiplicador se aproxima do 6.

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